21 de jun. de 2009

Um ilustre desconhecido


Estava eu no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, aguardando o retorno do meu pai, depois de uma longa temporada dele em Recife. Me encontrava no portão de desembarque, louca para avistá-lo de longe, abanar, ver seu sorriso aconchegante e rumar de vez para casa, afinal já era passada da meia-noite. Eis que começam a aglomerar-se muito perto de mim, algumas garotas. Algumas muitas garotas. Sim, eram cerca de vinte. Todas - todas, de todas mesmo - com máquina fotográfica em mãos, soltando pequenos gritinhos do tipo: "- Olha, lá está ele!"; "- Ele está sentando, esperando a bagagem". Eu tive de perguntar: "- Gurias, me desculpem a curiosidade, mas quem está aí?" Uma delas respondeu, perguntando: "- Quem está aí??? O Max do Big Brother!"
Putz, brochei. Esperava ouvir um nome realmente empolgante... O "max-do-big-brother" é para matar. Ok, ele veio no mesmo voo que o meu pai. Grande coisa.
Até que as meninas, ansiosas, se aquietaram. Mesmo impacientes, acredito que contavam em silêncio os segundo para ver o tal do mais novo astro midiático. Num repente, meu coração quase salta pela boca: quem vem lá? Ninguém menos que Luís Fernando Veríssimo. Puxa, eu realmente gosto da leveza dos textos dele. Me interessam suas colunas no jornal. Eu até achei bacana o jazz que ele faz. Uau! Alguém me empresta a câmera agora mesmo, antes que ele suma de vez atrás da porta automática?
Que câmera, cara pálida? Tu estás até louco se pensa que qualquer das garotas fãs do "max-do-big-brother" sequer reconheceu o rosto de L. F. Veríssimo. Ele passou por elas como um qualquer, ilustre desconhecido, com uma expressão nitidamente cansada da viagem. Simplesmente passou, com um andar pesado e lento. Se foi, direto para a rua.
Por Deus, gurias!!! Vocês viram quem acabou de passar por vocês, suas pragas ignorantes e suscetíveis? Não, com certeza. Não desgrudaram os olhos da bagagem do "max-do-big-brother", imbecis! Cuidado, dá um canto aqui do portão de desembarque para o "flávio-do-big-brother" que veio buscar o amigo.
Meu pai chegou, pegou a bagagem, me deu o melhor abraço dos últimos tempos e fomos para o carro. As gurias continuaram lá a tirar fotos com "o-max-e-o-flávio-do-big-brother".
Lamentável incidente.

Um comentário:

Vane Gomes disse...

Finalmente to comentando esse post... já tentei outras vezes e não consegui.

Bom, Paulinha, se eu estivesse nesta situação não teria dúvidas: iria correndo agarrar o Max, grudar ele, passar a mão na bunda dele, tirar uma foto e depois iria pefir um autógrafo do L. F. Veríssimo... Não é lógico?