8 de jun. de 2009

Nossa metáfora

Ele jurava que o quadro estava torto na parede. Eu dizia, não. Expliquei que a moldura era daquele jeito. Torta e defeituosa. Ele insistia. Está torto. Levantava o quadro, tirava o prego e furava de novo a parede. Eu deixava. Aquela luta com o quadro, o prego e a parede. Ele insistido nos defeitos. E eu, molhada. Completamente molhada com a beleza da tela. Decorando as cores. Pensando numa casa maior, com muitas paredes para pendurar todos os meus quadros tortos. Raquel Lemos

Fiquei feliz comigo mesma quando consegui extrair a miudeza e sutileza dessas palavras, que se tornaram um belo sentido para os últimos dias que tenho vivido.

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