26 de set. de 2009

Meu olhar

Não posso fingir que não fico mega entusiasmada com uma câmera fotográfica nas mãos, principalmente em um cenário natural. Fico encantada com o contraste de cores, a leveza e os ângulos dos elementos. Me imagino dentro daquela imagem para sempre. Me posiciono em busca de ângulos alternativos, procuro valorizar a luz natural do ambiente.
Não sei se os espectadores conseguiriam sentir nas minhas fotos a emoção que tenho ao produzi-las. Na verdade, não as mostro a quase ninguém: sua exibição neste post é amadora, assim como eu.
O cenário era a cidade de Veranópolis, no Rio Grande do Sul, a 170 km da capital.

Abraço!




Um briho no olhar em Veranópolis

Já faz um tempo que eu não posto nada. Andei meio de saco cheio de tudo, das mesmas emoções todos os dias (não que sejam boas, nem ruins. [...] Talvez por isso mesmo tudo esteja parecendo tão sem graça...). Tenho notado que a minha atenção não se prende com tanta dedicação aos pequenos detalhes do dia-a-dia. Ofuscaram a beleza do meu mundo; minha curiosidade deve ter tirado umas férias; lamento informar que até o gosto que tenho pela leitura consegui esconder não sei onde.

Minha lembrança mais recente de brilho no olhar foi no último dia 12 de setembro, quando fui conhecer Veranópolis/RS. O município é pequeno e simples, e cultiva suas lembranças (ainda que simples como a própria cidade) com muito carinho e consideração. Visitei alguns lugares histórios, museus e outros locais de referência. Contudo, não foi nada disso que me fez ficar apaixonada por lá: foi um homem, com agá maiúsculo, chamado Elias Ruas Amantino.

O Comendador Ruas, como é conhecido na cidade, nos deu a honra de nos recepcionar em sua empresa, a E. R. Amantino & Cia. LTDA, que produz armas esportivas hoje exportadas para mais de 22 países ao redor do mundo. Desde 1955, quando associou-se à empresa, dedicou-se com muito afinco, a ponto de sua história de vida mistura-se à história de sucesso deste empreendimento. Hoje, a E. R. Amantino, ou a "Boito", atende vários segmentos do mercado de peças para armas esportivas e também produz implementos agrícolas e rodoviários, máquinas têxteis e para calçados, válvulas e conexões. Hoje, o Parque Industrial das empresas E. R. Amantino tem sofisticados equipamentos para a produção dos componentes que utiliza, além de contar com uma equipe composta por mais de trezentos funcionários, entre engenheiros e técnicos, que projeta, desenha e desenvolve todo o preciso - e precioso! - mecanismo de uma espingarda Boito.

O que vi na visita à empresa, pelo corredores, auditório, salas de reunião, recepções e linha de produção foi um sem-número de troféus e taças de Tiro ao Prato, todos do próprio Comendador Ruas. O mais impressionante era a relevância dos troféus, de campeonatos no Brasil e no mundo, quase todos atestando o 1º lugar na modalidade. Fiquei bastante impressionada com o nível do campeão que estávamos conhecendo naquele momento. Me dei conta da importância dele não só para o desenvolvimento da empresa, mas de toda a cidade - uma vez que sua participação inclui auxílio a pequenas instituições beneficentes, título de sócio-honorário ao Rotary Club local; dois mandatos de Prefeito Municipal e tantas outras distinções importantes - e pude afirmar categoricamente que a Boito até pode ser o projeto de vida do Sr. Elias, mas certamente ele é que é não só a vida da E. R. Amantino LTDA, mas um patrimônio da cidade. Hoje, com 94 anos, o Sr. Amantino, além de cultivar o bom-humor, ainda trabalha, namora, se exercita e mantém sua freqüente participação em campeonatos de Tiro, vários com distinção de Primeiro Lugar: "Tirar o primeiro lugar é fácil. Difícil é tirar o primeiro lugar com 94 anos", diz o Comendador. E eu concordo.

Sr. Elias, o senhor vive na Terra da Longevidade. Vida longa ao seu sucesso. Fique com Deus!




21 de ago. de 2009

Vinte anos de "Toca Raul!"


Raul Seixas morreu sem saber que suas canções talvez ainda serão cantadas por alguém daqui a dez mil anos...

Baita vanguardista!



"Eu não sou louco, é o mundo que não entende minha lucidez."

Raul Seixas

24 de jul. de 2009

VIAGENS

Desta vez, longe de posicionar-me sobre este assunto, reproduzo o texto abaixo mais como um interessante jogo de palavras e comparações.


Por Ordem dos Viajantes da Cannabis Sativa,
o Turismo de Aventura foi substituído
pelo Turismo de Idéias Abstratas.

Pacotes de viagem com roteiros criativos,
inclusos óculos escuros para os de primeira classe
e colírio para a moçada do econômico.



Lou Bertoni, extraído do Livro da Tribo,
de Décio de Mello e Regina Garbellini

20 de jul. de 2009

Ação do Rotary Club de Porto Alegre - Moinhos de Vento




Dia 18/07/09 foi o dia que os companheiros do Rotary Club de Porto Alegre - Moinhos de Vento escolheram para libertar os agasalhos no Pátio Ivo Rizzo, localizado na Rua Olavo Barreto Viana, esquina com a Padre Chagas. A iniciativa foi do clube, em parceria com a Ivo Rizzo Construtora e Incorporadora e o Moinhos Shopping. No local, a ação foi realizada das 10h às 16h. Mais 06 postos de coleta foram instalados no bairro, e permanecem até o dia 26/07. As peças serão entregues ao Comitê de Ação Solidária do Governo para distribuição.

Rotariano, faze sempre o bem
Sem olhar a quem
Em sua missão
Dando o mais nobre do seu coração
Dar de si antes de pensar em si
Tal é o fim e o ideal
Desta nossa instituição internacional
Em favor da comunidade
Sempre, sempre a trabalhar
Todos sentiremos um grande bem-estar

12 de jul. de 2009

Bento Gonçalves

Estive em Bento Gonçalves na última semana, para participar da 40ª Convenção Estadual Lojista. Além da organização geral do nosso stand, participei da programação - que abordou temas como PDV e tendências da comunicação para o varejo -, e pude me espantar com a migalha de público do evento, considerada recorde em 05 anos. Além disso, pude conhecer mais a fundo alguns colegas da CDL POA e como se portam em viagens de negócios. Fiquei realmente encantada com alguns deles. Outros, não tive a oportunidade de me aproximar mais, apesar de achar que os conhecia bem. Estava enganada.
A cidade é linda, os vinhos são simplesmente maravilhosos, o povo é bonito, mas não tem o hábito de andar pelas ruas à noite. Quando quisemos informações sobre uma balada legal para desopilar e tomar um vinho, não havia ninguém para nos informar. Então, paramos numa praça, secamos a garrafa de vinho ali mesmo e acabamos pegando informação com o garçom da pizzaria da frente. Acabamos no Bangalô, com um monte de engravatados que saíram da Convenção e foram direto pra lá. Patético.

26 de jun. de 2009

You won't ever be alone, King of Pop (29/08/1958 - 25/06/2009)

Michael dançava forte e lindamente. Sua equipe de bailarinos eternizou as batidas contagiantes de suas canções. Os videoclipes foram inovadores, megaproduzidos, verdadeiros espetáculos eletrônicos. Um artista e tanto.
Não espanta que tenha morrido do coração. O dele sempre pareceu enfraquecido. Iniciou sua carreira num grupo em que seus membros praticamente não tinham identidade própria. Como fã, prefiro acreditar que as especulações é que deram origem às polêmicas de sua vida, regadas e muito bem alimentadas pela mídia mundial.
Michael tinha a mente de um garoto. Um garoto aparentemente carente, que vivia sozinho na sua própria "Terra do Nunca". Uma triste fantasia escondida por detrás de portões gigantes feitos de ouro. Michael não pôde suportar tirarem a sua Neverland.
Cantor, compositor, ator, escritor, produtor, diretor, dançarino, instrumentista, estilista e empresário. E muito mais que isso. Um visionário, um vanguardista na música, na postura de palco e na produção eletrônica. E muito mais do que isso. Alguém cuja dança e estilo marcaram para sempre a história da música. E muito mais do que isso. Pelo menos, para mim.

Michael Jackson morreu nesta quinta-feira,
25 de junho de 2009, vítima de ataque cardíaco. Morre o astro e nasce o mito.

*** Em 45 anos de carreira, sendo 38 anos solo, o cantor lançou 12 álbuns gravados em estúdio: Got To Be There (1971), Ben (1972), Music and Me (1973), Forever, Michael (1975), Off the Wall (1979), One Day in Your Life (1981), Thriller (1982), Farewell My Summer Love (1984), Bad (1987), Dangerous (1991), History: Past, Present and Future – Book I (1995) e Invincicle (2001).

Mais 12 coletâneas e edições especiais foram lançadas: The Best Of (1975), Anthology (1995), History: Past, Present and Future – Book I (1995), Blood on the Dance Floor (1997), The Millennium Collection (2000), Greatest Hits: History – Vol 1(2001), Number One (2003), The Ultimate Collection (2004), The Essential (2005), Visionary: The Video Singles (2006), Thriller: 25th Anniversary Edition (2008) e King of Pop (2008).
Fonte: http://territorio.terra.com.br

No próximo dia 13 de julho, Jackson começaria em Londres a série de 50 shows daquela que seria sua última turnê. Os ingressos esgotaram em poucos minutos.

You Are Not Alone, do álbum History - Past, Present And Future - Book 1 (1995)

21 de jun. de 2009

Um ilustre desconhecido


Estava eu no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, aguardando o retorno do meu pai, depois de uma longa temporada dele em Recife. Me encontrava no portão de desembarque, louca para avistá-lo de longe, abanar, ver seu sorriso aconchegante e rumar de vez para casa, afinal já era passada da meia-noite. Eis que começam a aglomerar-se muito perto de mim, algumas garotas. Algumas muitas garotas. Sim, eram cerca de vinte. Todas - todas, de todas mesmo - com máquina fotográfica em mãos, soltando pequenos gritinhos do tipo: "- Olha, lá está ele!"; "- Ele está sentando, esperando a bagagem". Eu tive de perguntar: "- Gurias, me desculpem a curiosidade, mas quem está aí?" Uma delas respondeu, perguntando: "- Quem está aí??? O Max do Big Brother!"
Putz, brochei. Esperava ouvir um nome realmente empolgante... O "max-do-big-brother" é para matar. Ok, ele veio no mesmo voo que o meu pai. Grande coisa.
Até que as meninas, ansiosas, se aquietaram. Mesmo impacientes, acredito que contavam em silêncio os segundo para ver o tal do mais novo astro midiático. Num repente, meu coração quase salta pela boca: quem vem lá? Ninguém menos que Luís Fernando Veríssimo. Puxa, eu realmente gosto da leveza dos textos dele. Me interessam suas colunas no jornal. Eu até achei bacana o jazz que ele faz. Uau! Alguém me empresta a câmera agora mesmo, antes que ele suma de vez atrás da porta automática?
Que câmera, cara pálida? Tu estás até louco se pensa que qualquer das garotas fãs do "max-do-big-brother" sequer reconheceu o rosto de L. F. Veríssimo. Ele passou por elas como um qualquer, ilustre desconhecido, com uma expressão nitidamente cansada da viagem. Simplesmente passou, com um andar pesado e lento. Se foi, direto para a rua.
Por Deus, gurias!!! Vocês viram quem acabou de passar por vocês, suas pragas ignorantes e suscetíveis? Não, com certeza. Não desgrudaram os olhos da bagagem do "max-do-big-brother", imbecis! Cuidado, dá um canto aqui do portão de desembarque para o "flávio-do-big-brother" que veio buscar o amigo.
Meu pai chegou, pegou a bagagem, me deu o melhor abraço dos últimos tempos e fomos para o carro. As gurias continuaram lá a tirar fotos com "o-max-e-o-flávio-do-big-brother".
Lamentável incidente.

16 de jun. de 2009

Talento Universitário - CDL Porto Alegre



O TCC não precisa ser aquele trabalho/estudo de caso/artigo que dá um trabalhão danado pra ser escrito e depois fica esquecido na gaveta em uma pasta eletrônica qualquer. Você pode explorar o máximo dele, a exemplo do prêmio Talento Universitário.

A CDL Porto Alegre lançou o TALENTO UNIVERSITÁRIO, um prêmio bacana para fazer valer a monografia de quem está se formando agora ou concluiu o curso até 2007. O importante é o foco em inovação e benefícios para o segmento varejista.

O primeiro colocado ganha uma bolsa de estudos de R$ 8.000,00, para começar a investir na pós. Isso é o máximo!!!


Inocentes

11 y 6 - Fito Paez

En un café, se vieron por casualidad
cansados en el alma de tanto andar,
ella tenía un clavel en la mano.
El se acercó le preguntó si andaba bien,
llegaba a la ventana en puntas de pie,

y la llevó a caminar por Corrientes.


Miren todos, ellos solos
pueden más que el amor. (y son mas fuertes que el Olimpo)
Se escondieron en el centro y en el baño de un bar,
sellaron todo con un beso.

Durante un mes vendieron rosas en La Paz,
presiento que no importaba nada mas
y entre los dos juntaban algo.
No se porque, pero jamás los volví a ver,
el carga con 11 y ella con 6,
y si reían les daba la luna.


Miren todos, ellos solos

pueden más que el amor. (y son mas fuertes que el Olimpo)
Se escondieron en el centro y en el baño de un bar,

sellaron todo con un beso.


8 de jun. de 2009

Nossa metáfora

Ele jurava que o quadro estava torto na parede. Eu dizia, não. Expliquei que a moldura era daquele jeito. Torta e defeituosa. Ele insistia. Está torto. Levantava o quadro, tirava o prego e furava de novo a parede. Eu deixava. Aquela luta com o quadro, o prego e a parede. Ele insistido nos defeitos. E eu, molhada. Completamente molhada com a beleza da tela. Decorando as cores. Pensando numa casa maior, com muitas paredes para pendurar todos os meus quadros tortos. Raquel Lemos

Fiquei feliz comigo mesma quando consegui extrair a miudeza e sutileza dessas palavras, que se tornaram um belo sentido para os últimos dias que tenho vivido.

27 de mai. de 2009

Indíos em Porto Alegre


No início do ano de 2007, li uma matéria no Correio do Povo que cobrava das autoridades municipais um posicionamento as condições da população indígena que acumulava-se consideravelmente no Centro de Porto Alegre. Isso no início daquele ano.
Hoje li sobre uma reunião entre a prefeitura, a Câmara Municipal e representantes dos três povos indígenas que vivem na Capital (guarani, kaingang e charrua). As reivindicações, basicamente focadas em educação, saúde, habitação e sustentabilidade, serão analisadas para concorrerem ao status de "políticas públicas". Tu acredita que a coordenadora do Núcleo de Políticas Públicas para os Povos Indígenas da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana (SMDHSU), antropóloga Ana Elisa Freitas, chegou a apresentar alternativas de sustentabilidade no que se refere ao livre acesso às florestas e campos de seus territórios? É de chorar, né?
Já que eles não têm moradia, nem vão à escola, apenas conseguem acesso à condições de sobrevida, o ideal mesmo é que voltem às florestas. Será que é isso que ela quis dizer?
Trabalho no Centro de Porto Alegre e todos os dias me deparo com uma família que tem ponto fixo na porta do Café. Uma jovem mãe com três crianças, a mais nova de colo e a mais velha deve beirar os oito anos. Pedem esmola para quem passa rápido para tomar um expresso com pão de queijo. Ontem ela estava falando no celular. Ei, peraí, pára tudo: celular??? Como assim, estava falando no celular? Quer dizer que as crianças medigam desde cedo para abastecer de crédito o telefone?
Já não sei mais onde foi parar a minha indignação. Será que miro no poder público, que faz descaso com os pobres índios da Capital gaúcha ou se condeno a indiazinha, que certamente precisa do 5120 para ampliar a sua carteira de clientes na comercialização de seu artesanato?

24 de mai. de 2009

Quem não se comunica, se trumbica...

... já dizia o velho ditado. Então, tá: mais um blog sobre comunicação, mas escrito por pessoas que a pensam de maneira crítica, e cujas mentes são verdadeiras campanhas em construção. Brain, comece a storm!
Delicie-se: www.quemnaosecomunica.blogspot.com/
Beijão

20 de mai. de 2009

Cadastro Positivo

Em matéria divulgada hoje na zerohora.com anuncia: “Câmara conclui votação do projeto que cria o cadastro positivo dos consumidores”. O projeto vai promover uma mudança gradual na vida do consumidor na medida em que as pessoas vão ter arquivadas informações sobre sua vida creditícia, não apenas as informações negativas como ocorre hoje, mas também as informações positivas.
Oh, até que enfim! Tenho acompanhado essa novela desde o ano passado, quando comecei a trabalhar em uma organização representativa do segmento varejista e cujo assunto do “cadastro positivo” interessa muitíssimo. Não sei que é mais conveniente: o interesse dos empresários lojistas ou a percepção que o cliente poderá reverter de sua inclusão no serviço de proteção ao crédito. Que maravilha quando os inadimplentes perceberem que o cadastro é efetivamente positivo, atuando em favor do bom pagador.
O Bom Dia Brasil (
g1.com.br/bomdiabrasil) faz a matéria puxando para o lado da variação das taxas de juros, mas finaliza a matéria com depoimentos de consumidores rechaçando o projeto sem mesmo conhecê-lo! Pode isso? Como dar prosseguimento na discussão que já tramita no Congresso Nacional, se a mídia bombardeia e estimula com um pré-conceito negativo? Com a possibilidade de calcular o risco de inadimplência de pessoa física, o senso-comum discute se a loja que terá acesso às informações do cadastro positivo será confiável ou não. Como assim, cara pálida? Do que estamos falando? Na hora de pedir empréstimo, tu chora! Agora, fica se encolhendo para fornecer informações que possibilitem teu acesso a um empréstimo ainda maior? Dá licença, pensa um pouquinho antes de responder para a televisão... O que vale é o registro de bom pagador. É a recompensa. E finda a história de que o SPC é ruim.

13 de mai. de 2009

leminskiagem

passo pelo mundo

ancorado numa coragem

que desconheço


sei lá de que lado está

meu avesso


lau siqueira

12 de mai. de 2009

Oasis

Há uns 5m de mim, convivi durante uns 10 minutos com todos os integrantes do Oasis ontem, no Sheraton. Eu lia o Jornal do Comércio e escutava Seu Jorge no mp4. Nem tomei conhecimento da gritaria dos fãs no hall.

Pudera, ainda não me acostumei com a adrenalina de legiões de fãs... ;-)

4 de mai. de 2009

Kit amigos do planalto central

Este kit contém:
  • um boneco de vodu;
  • um CD com a música "Arma de Vingança", do finado Carlos Alexandre;
  • um exemplar do Livro das Promessas;
  • uma passagem de ônibus (só de ida) Brasília-Cafundó do Judas;
  • perfume com extrato de carrapicho
  • e lanche de coxinha de jiló e drinks de cicuta.
  • Ah, sim, e um ingresso para o 1º Desencontro dos Inimigos do Brasil.

Encomende agora o seu e use-o, nas próximas eleições, com seu político preferido.

Estevão Bertoni

Hoje eu falei com o mar

Nesse final de semana estive na praia. Dias lindos, sol, calor, pessoas queridas e novos conhecidos. Eu estava com muita disposição para não perder um só momento.
Fui até a praia, à beira da praia, de All Star e óculos escuros. Não fui pra ficar muito, mas não resisti: não nasci para pisar o solo da praia de tênis e ver o mar lá ao longe: eu preciso sentir a areia e a água gelada, sentir o sol tocando a minha pele e o cheiro da maresia me envolvendo por completo.
Fechei os olhos, descruzei os braços e respirei fundo. Aquele momento era só meu, sem medo, sem violência, sem incomodações e aborrecimentos, apenas com a mente aberta. E então, eu falei com o mar. Aspirei o ar marítimo como quem busca uma inspiração para fazer nascer no coração e no espírito, um sentimento, um pensamento, um desígnio; o amor e o companheirismo, a verdadeira amizade, o valor e a consideração das pessoas, o olhar terno. Talvez uma mera fuga da realidade. Inspirei boas energias, esperanças de um mundo melhor, força para dias nauseantes. Liberei o peso dos ombros e as preocupações do trabalho. Deixei que o ar salgado entrasse nos meus pulmões para tentar esquecer o que é ruim, para imaginar que o mundo pode sim ser muito melhor, para congelar na minha memória aquele momento e não deixar que escape mais de mim. Expirei com força para que as chatices que estavam na minha cabeça fossem embora de uma vez, junto com o que eu não tive e o que poderia ter acontecido se tivesse continuado como estava. Não quero me ocupar com isso, então, SAI, VAZA JÁ DAQUI!!!
Hoje eu falei com o mar...


"Se você pensar que tudo nessa vida passa, lembre-se de que eu passei, mas com uma vontade imensa de ter ficado".
Autor desconhecido

28 de abr. de 2009

A bandeira do Brasil

No ônibus, mais uma vez viajando nos pensamentos absurdos da minha cabeça enquanto a ida ao trabalho parece durar uma eternidade, aconteceu um fato curioso: depois de esperar na parada, sobe no coletivo mais um que se aglomera e se contorce no corredor em meio a tantos outros, imaginando inocentemente contribuir para que o movimento de sobe-e-desce flua positivamente. Eu vou sentada, dando graças por morar próximo ao fim da linha, onde consigo escolher o melhor lugar.
Um típico sujeito do subúrbio das cidades populosas, de crescimento rápido, recente e nem-um-pouco-planejado: roupa esfarrapada, cabelo desgrenhado e pele mulata. Ele estava só e ia procurando dar passagem aos demais, defendendo, categoricamente, um pequeno maço nas mãos. Só não via quem não queria: o homem tinha em suas mãos a bandeira do Brasil.
O retrato do nosso país: ônibus com gente saindo pelo ladrão, trânsito engarrafado, rostos cansados ainda no início da manhã e, o meio disso tudo, uma pessoa tão simples ostentando a nossa bandeira.
Opa! Peraí, pára tudo!!! Como assim, uma bandeira de verdade? Sim. Era de papel colorido e embrulhada num plástico. Mas era de verdade, e talvez seja a mais verdadeira e bonita que já vi, pois ia grudada ao peito, espontaneamente segurada pela mão direita, bem próximo ao coração.
Será que o pobre homem sabe o que ela significa? O que suas cores simbolizam? Sua história ou importância política? Será que ao menos sabe ler “ordem e progresso”? A julgar pelo zelo com o maço que carregava, posso apostar que sabia de tudo muito mais do que qualquer um de nós.

26 de abr. de 2009

Casulo humano


Nesta última semana, em que mais um feriado de abril se passou, em que outro político demagogo realizou showmício no bairro onde moro e quando o preço da passagem conseguiu, mais uma vez, tirar o meu bom-humor, avistei um casulo humano.

Era uma manhã um pouco fria e fresca, decorrente das (por mim ansiosamente esperadas) madrugadas de outono. Ocasião em que saímos para trabalhar vestindo casaquinhos e jaquetas que nos farão “descascar” antes mesmo de chegar ao meio-dia... No Centro, com todo movimento dos transeuntes, eu, apressada (para variar, passava do meu horário), deparei-me com um grande embrulho branco jogado na calçada. Uma pessoa – repito: uma pessoa –, dormindo, inteiramente embrulhada num pano branco sujo, em posição fetal. Não parecia velho o suficiente para já entender as obrigações dos adultos; entretanto, não mais aparentava ser criança, pois demonstrava já ser um tanto crescido.

Um meio termo de pessoa, deitado em uma meia-calçada de pedras soltas, dividindo o caminho com cusparadas e a marcha apressada. Meio dormindo, meio acordado. Pela metade, assim como a vida que leva. Uma subvida.

Mas era desenvolvido e demonstrava condições físicas para descobrir-se e encarar o dia ensolarado que a todos se apresentava. Assim como uma borboleta, que abandona o casulo quando é hora de voar, quando a natureza determina que seu corpo está pronto e pode sustentar-se por conta própria. Acontece que, diferentemente da borboleta, o homem vive em sociedade. Ele tem de ser integrado, valorizado, pois depende humana e psicologicamente de seus iguais e não dormir escondido num casulo para sempre. Mesmo que queira.